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MensagemEnviado: quarta mai 07, 2008 11:07 pm 
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Welcome Back Caldeira!


Fico contente por tudo ter corrido bem e com a adesão de mais nacionalidades ao encontro.

Entretanto vou deixar-me deliciar pela cronica, venha ela.

Nota: Efectivamente não é estranho o facto de atirarem pedras a passagem de veiculos, aconteceu connosco o ano passado, isso e gestos de desagrado com a nossa presença.

O que considero "normal", pois em conversa com vários locais, este informaram que existem varias correntes de opinião, uma nomeadamente que não vê com bom agrado os Turistas, percorrem o seu pais. Refiro-me a Turistas, pois são este que distribuem a miude canetas e rebuçados na passagem por aldeias, muitas vezes sem parar, o que causa o sentimento de humilhação e desegraça que os mais integros, como é natural não gostam, segundo eles não são nenhuns animais em jaulas.

De qualquer forma é sempre lamentavel esta situação e espero que a viagem tenha superado este episódio.

Agora venham de lá as fotos :D

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Rui Santos
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MensagemEnviado: quinta mai 08, 2008 1:41 pm 
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Depois de um fim-de-semana chuvoso a segunda-feira apresentou-se nublada mas já com algumas abertas.

Como habitual, para aproveitarmos bem o dia saímos pelas nove da manhã e fomos a pé explorar a cidade. Era nosso objectivo sair rumo a Fes antes do almoço passando antes por Ouazanne e Fes-El-Bali, com alguma dificuldade o conseguimos.

Isto de levar senhoras a Marrocos tem muito que se lhe diga. Parece que é o mesmo que levar crianças ao Toys R' Us.

A caravana inicial constituída por quatro motos e cinco pessoas, das quais uma senhora, lá arrancou, agora engrossada pelas LinFan do Petr Hostalek e pela BMW R1150 RS com side-car do Radek Kriegler.

Para aqueles que não sabem a LinFan é a cópia chinesa da Virago 535 (rigorosamente igual com a execpção da cilindrada que é de 400cc e óbviamente da marca) e segundo Petr a Yamaha teria vendido os direitos de produção aos Chineses que a estariam agora a produzir inclusivamente para o Japão (daí a cilindrada limitada a 400cc).

Um pouco a medo arrisquei não enfiar as calças impermeáveis. Nos dois dias anteriores foi um suplício. O que a chuva não molhou ficou ensopado e transpiração, o que realmente tornou a viagem mais suportável foi o fato térmico que impedia o contacto da pele com o algodão molhado dos jeans.

Para terem uma noção mais exacta da quantidade de chuva que apanhamos posso dizer-vos que as minhas botas Sidi que até esta viagem foram sempre 100% impermeáveis, ao fim do primeiro dia ate perderam a cor tal era a quantidade de água absorvida pelo couro.

Podem imaginar a cena que era ver quatro malucos cada vez que paravam para abastecer andarem à procura de sacos plásticos e luvas descartáveis para enfiar sobre as botas e luvas.

O risco de não enfiar as calças impermeáveis valeu a pena pelo conforto experimentado e afinal já não voltou a chover.

A paisagem que nos envolveu entre Ouazanne e Fes era simplesmente magnífica. Ora nos fazia lembrar o Alentejo na Primavera, ora parecia que estavamos na Irlanda.

Tudo eram quadros que mais pareciam o ambiente de trabalho do Windows. Os várias matizes de verde, aqui e ali pontilhados por flores silvestres, rebanhos de ovelhas e cabras e um espaço a perder de vista.

Parece que em Marrocos os nossos pulmões são pequenos para a quantidade de ar que queremos inalar tal a vastidão da paisagem livre de quaisquer construções ou obstáculos que impeçam a nossa vista de divagar.

As estradas, essas então foram feitas para as motos.

Bom alcatrão, curvas com a inclinação correcta, pouco tráfego...

Enfim, alucinante.

Continua

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Mustafá


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MensagemEnviado: quinta mai 08, 2008 10:55 pm 
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Chegamos a Fes já a noite tinha caído. Este vosso escriva (que era o Guia do Grupo)meteu a primeira argolada. Apesar de ter estado em Fez pela última vez em Agosto último, de ter andado a passear pela zona a pé, o que é certo é que desta vez não atinei com o caminho para o hotel (Grand Hotel de Fes). Para disfarçar decidi dar umas voltas pelos quarteirões próximos do hotel.
Para meu grande azar os meus compinchas de viagem toparam o esquema e lá me deram nas orelhas. Ainda tentei aliciá-los levando-os para o IBIS mas para meu azar estava repleto.
Lá tive que dar a mão à palmatória e ir pedir indicações a um dos habitantes locais...
Vocês sabem bem que Gajo que é Gajo nunca admite que está perdido. Está sempre à procura de percursos alternativos!
Bagagens arrumadas e banho tomado saímos para jantar.
Fomos parar a um restaurante, para esquecer, daqueles que só existem para depenar turistas tótós (como nós) que estava completamente cheio... de mesas vazias, onde fomos os únicos a ser servidos.
Tivemos música ao vivo em exclusivo (só estavamos nós, o músico e três empregados), pagamos 460Dh (ca. 42€) pelo jantar dos cinco e partimos sem saudades de volta ao hotel.
Na manhã seguinte depois de tomarmos o pequeno almoço estivemos na cavaqueira com um Australiano que estava alojado no hotel com a esposa, até à chegada do guia que nos levaria a visitar a Medina.
Passamos a manhã a visitar a Medina e por volta das 14Horas fomos almoçar a um restaurante bem no centro da Medina, muito fequentado pelos turistas e Marroquinos mais endinheirados. Trata-se de uma antiga Ryad depois convertida em restaurante.
Para nossa surpresa voltamos a encontrar o Phil e o Derek, a quem logo acusamos de perseguição.
Comemos as invariáveis saladas marroquinas, as magníficas azeitonas, o pão, as tagines, couscous e para variar eu dessa vez comi pastilla.
Deixem-me referir desde já para que depois não venham com "bocas" que fiz um enorme esforço para me conter e só engordei mais dois Kg.
Até essa altura ainda não tínhamos tido necessidade de nos socorrer do Imodium, mas a coisa prometia...
De regresso ao hotel, equipamo-nos e partimos rumo a Ifrane, onde passaríamos a noite.
Lá chegados fomos directos ao La Paix para comer um dos famosos crépes com mel e depois fomos regatear o hotel.
Ficamos alojados num apart-hotel onde conseguimos baixar o preço de uma suite que custava 1400Dh para uns mais aceitáveis 800Dh sem direito a pequeno almoço mas com cabine de duche com hidro-massagem.
Por esta altura já começavam a ser engolidos os primeiros Imodium e as idas à casa de banho eram feitas por licitação de braço no ar.
Ponderados os prós e contras decidimo-nos por fazer compras no supermercado e fazer um jantar mais ligeiro à base de fruta, pão e iogurtes...
O Imodium resulta mesmo!
Na manhã seguinte já todos nos tinhamos esquecido dos atropelos da noite anterior e bora lá a morfar sumos de laranja, croissants com manteiga e mel, tudo rematado com um café solo/expresso, que por Marrocos é monopólio da Lavazza.
Retiramos as motos do hotel e partimos para a Floresta dos Cedros rumo a Midelt.
No caminho fomo-nos cruzando com outros motards Belgas, Italianos, Franceses, Alemães, Austríacos...
Uma coisa que sempre me intrigou foi o motivo porque a grande maioria dos motociclistas Portugueses é capaz de gastar num fim-de-semana numa concentração ou numa ida a Jerez umas largas centenas de euros e não prefere investi-los num viagem até Marrocos...
Invariávelmente as motos com que nos cruzavamos eram na sua esmagadora maioria BMW GS, KTM, Africa Twin e algumas Varadero.
De estrada vimos algumas RT, Deauville e até uma Monster.
Continua

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Mustafá


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MensagemEnviado: quarta mai 14, 2008 4:06 am 
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E fotografias?

Só há as do Rui?

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MensagemEnviado: quarta mai 14, 2008 10:30 am 
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A estrada que nos leva até Azrou serpenteia gostosamente por entre os cedros da floresta levando-nos a subir as primeiras encostas do Médio Atlas.
No caminho deparamos com os caracteríticos macacos da região que foram o alvo na nossa atenção por uns largos minutos. A sua proximidade com os humanos e o hábito de pedirem umas guloseimas leva-os a aguardar as muitas excursões que por ali passam para gáudio dos turistas e uma refeição fácil da sua parte.Ver aqueles animais num bosque de cedros causou-me, devo confessá-lo, alguma estranheza.
De que se alimentarão os pobres durante o inverno, já que aparentemente por ali não encontrei quaisquer árvores ou plantas que lhe providenciem a necessária fonte de sustento...?
A temperatura amena que se fazia sentir convidava a rolar. Assim partimos rumo a Midelt embalados pela estrada e pela paisagem.
Nestes momentos em que parece termos ligado o piloto automático a nossa mente divaga entre a beleza da paisagem, a necessária atenção à estrada e uma introspecção que nos leva a verificar quão pouco afinal é necessário para nos sentirmos felizes.
Chegamos a Midelt à hora do almoço.
Paramos logo à entrada da cidade e almoçamos no restaurante à berma da estrada. Estavamos a meio da refeição quando aparecem novamente o Phil e o Derek, que se tinham separado de nós em Fez.
Apareceu também o Rashid, dono de uma loja de artesanato e guia, meu conhecido de outras viagens.

Fomos com ele pousar as nossas bagagens ao hotel e preparamo-nos para fazer a pista que leva ao Cirque de Jaffar.
Ainda aqui não referi que o grupo que viajou comigo por Marrocos era constituído pelo Carlos Almeida, em GS1200, o Paulo Leite também em GS1200, o José Fonseca e Anatilde numa Guzzi Quota 1100.
Como a Anatilde estava um pouco cansada optou por ficar numa esplanada fronteira ao hotel a descansar lendo um livro enquanto nós, com as motos livres das suas bagagens partimos para a pista.
Apesar de não ser conveniente levar pendura tive que que levar comigo o Rashid para que este nos indicasse o percurso menos demolidor já que segundo várias opiniões confirmadas pelo mesmo, a chuva mais intensa que anormalmente tem fustigado Marrocos encarrgou-se de destruir por completo muitas das estradas e pistas das regiões mais montanhosas.
A pista apresentou-se rolante embora com muita cascalheira. No percurso fomos-nos cruzando com diversos 4X4 mas nenhuma moto. A certa altura decidi interpelar um casal Francês que se cruzou comigo para indagar das condições da pista. Eles disseram-me que era praticável havendo apenas um local de passagem mais estreia onde havia uns sulcos mais profundos.
Tranquilizado pela informação segui mais confiante pista fora.
Nos 26km de pista que fizemos apenas tivemos três ou quatro situações mais complicadas mas nada de extraordinário. Todos fizemos a pista até ao Cirque de Jaffar sem problemas. Chegados lá a paisagem fez-nos ver que valeu bem a pena.
Na verdade ficamos todos com pena de não termos tempo para prosseguir rumo a Ilmilchil mas estava a anoitecer e era hora de regressar.
Depois de um banho retemperador saímos para jantar. O Rashid indicou-nes uma loja onde poderíamos comprar umas cervejas para acompanhar o jantar.
A noite que se previa tranquila culminou numa maratona negocial.
O Rashid insistiu para que visitássemos a sua loja e lá nos conseguiu convencer-nos.
Para grande alegria do Kazim, primo do Rashid, a Anatilde caiu de amores por um tapete "Hambel" que ele havia mostrado.
Claro está que o restante grupo aproveitou logo para se divertir à custa da infelicidade do Fonseca que, como lhe competia, seria quem iria suportar o custo mesmo.
Entre cambalhotas e chalaças o Kazim lá ia expondo o stock de tapetes que tinha em armazém tentando convencer mais alguém a comprar.
O Fonseca muita a custo lá ia tentando resistir mas os "amigos da onça" iam-no incentivando com a frase "Incha lá Fonseca".
Eram três e pouco da madrugada quando as negociações se deram por concluídas.
O tapete que inicialmente custava 1400€ acabou por vir por pequena fracção desse valor.
Engraçada foi a forma como o Kazim e o Rashid conseguiram enrolar e embrulhar o tapete que media mais de 6m2 de forma a que o Fonseca o pudesse levar na moto.
Às 8:30h acordamos bem dispostos e prontos para o pequeno almoço que nos daria força para mais um dia de viagem.
O percurso nesse dia seria curto já que a distãncia até Maadid seria relativamente curta e sem dificuldades.
A passagem por Er-Rachidia revelou-se pouco estimulante já que a cidade não apresenta interesse de maior.
Seguimos para Maadid onde nos esperava o Gonçalo Mata e uma atraente piscina onde mergulharíamos com prazer.
A Moto do Gonçalo estava estacionada à porta do hotel ladeada pelas do Phil e do Derek.
Mais ao lado encontrava-se R80GS do Steven, um Australiano que viajara de Inglaterra para o Meeting.
Estar no Xaluca no meio do deserto dentro da piscina parecia-nos o mesmo que ter encontrado o Paraíso na Terra.
Depois de todos aqueles hóteis de qualidade duvidosa estar agora num hotel que nos presenteava com todos os luxos e mordomias a que tínhamos direito, parecia mentira.
À hora de jantar tivemos oportunidade de conhecer os outros participantes no Meeting.
No total estavam à volta de vinte participantes, o que fazia prever um encontro animado.
Após o jantar continuamos a cavaqueira numa das tendas montadas no páteo interior onde está a piscina.
Com a companhia do Gonçalo as conversas prolongam-se pela noite dentro. A conversa inciada ao jantar e continuada na tenda foi a certa altura interrompida pela chegada imprevista de um casal de Marroquinos recém-casados que se dirigiram à tenda onde nos encontravamos para fazer a foto da praxe.
Atrás deles vinha um séquito de convidados acompanhado por músicos tradicionais. Feitas as fotos o casal abandonou o local tão depressa como tinha chegado. Parece que é costume os noivos da região irem ao Xaluca fazer as suas fotos de casamento.
A conversa que tínhamos iniciado ao jantar só terminou já a noite ia longa ao som de duas moto-serras que sem sabermos como aterraram nas camas contiguas às nossas.
É isto que dá em partilhar o quarto. No Xaluca ficamos num quádruplo.
No dia seguinte ficamos-nos pelo hotel. Por um lado as condições oferecidas convidavam a relaxar e por outro eu tinha que preparar as coisas para as apresentações que iriam decorrer à noite.
Enquanto uns se entretinham da piscina para o bar e vice versa, outros iam estando na cavaqueira com os participantes entretanto chegados. O Fonseca, esse ia aproveitando para trabalhar no seu portátil utilizando o acesso wifi gratuito proporcionado pelo hotel.
Os participantes no Encontro dos Viajantes provinham de vários países. O Steven era Australiano e tinha vindo da Inglaterra tal como o Derek e o Phil. Da Irlanda tinham vindo o David e Johanson. Da Escócia vieram o Mathew e o irmão Nick. Todos iam passando o dia a explorar as pistas da região, treinando a condução na areia, enfim divertindo-se à grande.
Ao final da tarde era vê-los chegar estourados a transpirar, vermelhos que nem camarões mas com um sorriso de orelha a orelha.
Como será fácil de imaginar o resto da noite era passado a ouvir as peripécias vividas por cada um.
Arrancá-los da esplanada para as apresentações afigurava-se-me quase um sacrilégio.
Mas eles não se importavam e até ficavam gratos por serem chamados à terra.

As apresentações começaram com o Gonçalo, que de forma muito profissional apresentou os vários processos e etapas que teve que atravessar até à conclusão do Projecto BuenaYork.
Com a apresentação do Gonçalo muito aplaudida, foi a vez do Petr Hostalek fazer a sua apresentação da viagem a solo entre Praga e Pequim.
Com o Radek servindo de intérprete lá foi explicando as suas aventuras ao longo do percurso.
Pelas fotos que nos foram sendo mostradas a paisagem do percurso não era muito estimulante mas se calhar isso dever-se-á ao facto de que o Petr gosta mais de fotografar retratos e mulheres, sobretudo quando elas são bonitas. Quem sou eu para o censurar

Se quiserem seguir o relato da viagem com fotos vão a www.cronicasdevadiagem.blogspot.com

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Mustafá


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