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MensagemEnviado: segunda jun 23, 2008 10:18 am 
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1º Moto Rali dos Açores maravilhou 116 continentais
S. Miguel de Lés a Lés Imagem
Assombroso e deslumbrante. Longo e verde. Três etapas de festa intensa pelas melhores paisagens de Portugal marcaram para sempre a estreia histórica do Troféu Nacional de Moto-ralis Turísticos da FNM em solo não continental, graças à excelente organização do Clube Motard de São Miguel (CMSM) e logística do CATTT, autor da ideia do evento desenrolado na principal ilha do arquipélago dos Açores, de 7 a 9 de Junho.
20-06-2008 22:23:39

[size=100]Evento mototurístico pioneiro e ousado, este 1º Moto Rali dos Açores deve-se à iniciativa do Clube Açoreano de Todo-o-Terreno e Turismo (CATTT) também responsável pelo recebimento das inscrições e organizador da logística do transporte das motos, viagens aéreas, alojamentos e refeições.

Com a forte parceria da FNM - felicíssima por finalmente ver o troféu sair para as ilhas ao fim de 12 anos – que auxiliou a organização e logística em solo continental, o longo passeio maravilhou os mototuristas continentais, que descobriram ao pormenor São Miguel, passando a quase todas as 6 freguesias dos seis concelhos micaelenses e seus muitos pontos de interesse. Muitos mesmo.

E sendo os motociclistas do CMSM grandes amantes do Lés-a-Lés, idealizaram o seu moto-rali dentro desse conceito. Montaram três etapas bastante compridas (no total somavam 26h 10m e 440 km) e com minúsculas paragens para contemplação dos locais visitados. Ora logo em São Miguel, que tem as melhores panorâmicas do país!

Boquiabertos, os continentais deliciaram-se pelas sinuosas rampas de acesso às crateras e lagos e estreitas canadas pelos campos e portos de pesca. Os atrasos acumularam-se como nunca visto já que os participantes queriam mesmo era gozar o privilégio de se rolar com a própria moto na "Ilha Verde".

Um moto-rali convencional tem cerca de 100 km por etapa e estas não duram mais de 7 ou 8 horas, onde mais de metade é repartida por paragens de visitas, brincadeiras, jogos e refeições.

Mas os entusiastas elementos do CMSM quiseram mesmo organizar um "S. Miguel de Lés-a-Lés". Enfiaram tarjetas nos pescoços dos participantes e puseram-nos a rolar incessantemente por todos os recantos da ilha, sem as tais paragens para gozo da água quente que escorre das cascatas ou baías marítimas.

Como nos Açores, sê açoreano, ninguém virou a cara à luta e entrou no esquema com alegria. Mesmo as 20 equipas extremamente penalizadas com scooters e 125’s de remedeio.

Moto-rali no mar, motos em terra

Por não conseguir controlar o trânsito dos 6 contentores carregados de motos do continente, o CATTT remediou o facto de dois terem ficado em Leixões, arranjando motos alternativas para 30 participantes divididos por 20 equipas.

Consternados mas tolerantes, os 20 condutores viram-se privados das suas motos de turismo, tendo feito todo o MR com máquinas assim-assim.

Se houve quem tivesse a sorte de ter pelo menos motos de média ou grande cilindrada (mas sem malas ou saco de depósito para colocar o road-book) muitos penaram nas íngremes ladeiras micaelenses com as tais cilindradas minúsculas e cansadas. Algumas nem conseguiam levar um casal até ao topo. Mas louve-se o espírito geral. A beleza da ilha enchia o coração de todos.

Devido às 20 equipas ficarem extremamente penalizadas injustamente por este facto, o MR não pontuou para o Troféu.

7 de Junho - 1ª etapa em redor das Sete Cidades

A ilha de S. Miguel tem 759 km quadrados, o que significa metade do concelho de Idanha-a-Nova, por exemplo. Então é pequenina? Vê-se num instante? Nada disso.

O relevo acidentado de muitas dezenas de vulcões, a geotermia constante, o recortado da costa e a limpeza dos campos e serras dá pano para mangas de um regimento inteiro.

Bom conhecedor, o CMSM dedicou a primeira etapa à zona ocidental da ilha, onde as magníficas crateras das Sete Cidades, Lagoa de Santiago e outras menores proporcionaram raros momentos de mototurismo.

Nem foi preciso sair do concelho de Ponta Delgada, que abrange toda essa parte de S. Miguel. Boa opção. É um primeiro impacto de grande nível, inesquecível e num carrocel louco, maravilhoso e verde.

O CATTT escolheu para sitio do almoço um verdadeiro paraíso na margem da Lagoa Azul. Há quem garanta ter visto Adão e Eva a passar. No continente não há disto...

O percurso foi fabuloso e nem faltou uma travessia de ribeira a vau. Foi numa linha de água profunda que desemboca na Lagoa Azul e baptizada pelo CMSM como "Ribeira do Miranda" já que o seu sócio conseguiu virar aí a Varadero.

No MR todos passaram bem e divertidos.

O início da etapa é que foi complicado. O CMSM está habituado a fazer road-books minimalistas e enigmáticos nos seus eventos inter-sócios, pois como todos conhecem perfeitamente a ilha, tem de colocar esse tipo de dificuldades. Ora os continentais viram-se atrapalhados até entrarem no raciocínio e critérios dos micaelenses. A meio da tarde já tudo rolava sobre carris.

Os atrasos é que se íam amontoando. Era necessário registar bem na memória e máquinas fotográficas tanta beleza.

Só para que conste, conheceu-se também a Lagoa do Canário, a Lagoa de Santiago, a praia da Ferraria (baía vulcânica onde a água jorra no mar a 62 graus!), a Baía das Capelas, rampas de içar cachalotes e estufas de ananases.

Só isto dava para um fim de semana alargado no continente.

À noite, por feliz iniciativa do CMSM, houve jantarada para todos, com 2-0 à Turquia em ecrã gigante. As classificações foram ditadas ao ar livre premiando o Gonçalo e Marisa como os mais regulares.

8 de Junho - 2ª etapa até ao Nordeste

Já o segundo dia - com 10 horas de etapa! - esticou-se ao Nordeste, não o Transmontano mas sim da Ilha de S. Miguel. Fica a cerca de 90 km de Ponta Delgada, por estradas sinuosas e luxuriantes. As bermas são limpas com frequência e ajardinadas!

Começou-se por paragem na Ribeira Grande, vila importante de S. Miguel e visita a museu rural de Lombinha da Maia. Sempre pelas estradas mais estreitas e pitorescas, entre muros negros de pedra basáltica e longos pastos verdes, separados por criptomérias ou hortênsias, ainda sem flor.

Pouco adiante estavamos de novo acima dos 800 metros de altitude, no miradouro do Salto do Cavalo. É um dos pontos onde se avista as costas norte e sul simultâneamente, para além da Lagoa das Furnas. Tudo envolvido num reino verde e natural!

Nova paragem no Parque Natural da Serra dos Caldeirões, na Achada, para petisco e apreciar a grande cascata natural. De novo envolvido no tal reino...

Pois. É até difícil descrever a ilha.

Com nomes curiosos como a ribeira do "Despe-te que Suas" e a zona do "Cú de Judas", a etapa lá foi continuando.

Apesar de naif, o road-book do CMSM primava por muita informação cultural e fotos. Muito bem!

Os controlos à Lés-a-Lés surgiam de quando a quando e a tarjeta ía ficando mais leve.

Também surgiu o almoço do CATTT – sempre ao ar livre – em frondoso parque florestal no início do troço da Tronqueira. De novo 5 estrelas.

Para sobremesa tivemos a subida ao Pico do Bastolomeu, montanha de 887 m de altitude pertíssimo do mar. O nevoeiro arruinou as vistas a quase todos. Mas a subida valeu.

Entramos então num dos troços mais carismáticos da ilha, o da Tronqueira.

Quase 20 km de troço em terra vermelha da serra da com o mesmo nome deliciou a caravana. Entre vegetação luxuriante – habitat do priolo, ave extremamente ameaçada – sentimo-nos como em África. O calor e humidade do túnel natural fazem-nos imaginar bem longe de casa.

Fabuloso!

Com pena, deixamos para trás a paisagem verde e vermelha, entrando no concelho de Povoação. O sol levou-nos até ao Museu do Trigo, um moinho movido a água muito bem preservado.

Subiu-se à primeira igreja de S. Miguel, de onde se consegue ver a ilha de Sta Maria, a mais de 100km de mar.

Já a terminar, passamos pelas Furnas, onde nova prova obrigava a beber "água azeda", água termal saída da bica.

O sobe e desce continuou com novo miradouro – com rampas talvez de 25% - margem da Lagoa das Furnas, Castelo Branco, cais de Vila Franca do Campo e centro histórico de Ponta Delgada.

No continente, os motoclubes faziam 4 dias de MR só com este domingo.

O CATTT não organizou jantar e os mototuristas dispersaram-se pela cidade.

9 de Junho - 3ª etapa até ao Nordeste

A última etapa rolou no centro da ilha. Mais nove horas e meia, quase todas de condução, enrijeceram os mototuristas continentais.

Começando pelas acolhedoras zonas balneares ou piscatórias do Pópulo e Lagoa, lá se virou a norte, passando à Central Geotérmica de Pico Vermelho, onde furos com dois mil metros de profundidade vão buscar calor de 200 graus, suficiente para assegurar 35% da energia gasta na ilha.

Após se passar a vau a Ribeira Grande, principal curso de água de uma ilha que não tem rios, há que parar na Caldeira Velha, onde cascata quente oferece nova lagoa tropical. Mas os 15 minutos que o CMSM mal dava para lá chegar a pé. Mesmo assim, houve quem se borrifasse nos tempos e mergulhasse a preceito.

Mais à frente, cinco minutos para se apreciar a Lagoa do Fogo. Cinco minutos! Deve ser a lagoa mais bela de Portugal e que merece descida por centenas de degraus à sua margem, quase selvagem. Fica para os dias extras na ilha.

Uma ermidazinha de 1700 e a baía da Caloura ficaram na retina.

Nesta, muitas caravelas portuguesas tinham dado à costa. Pequenos seres vivos que se deslocam à deriva pelos mares, queimam dolorosamente quem seja tocado pelos longos tentáculos.

A fome apertava mas a paragem no Museu Agrícola de Ribeira Chã caiu bem. Com petisco oferecido pela Junta de Freguesia local e um jogo tradicional, a visita às artes e ofícios locais agradou bastante. E os mototuristas ainda melhor se aperceberam das dificuldades da vida dos ilhéus, no passado.

As voltinhas da subida à Sra da Paz abriram ainda mais o apetite, saciado no Cerrado dos Bezerros com o já familiar catering organizado pelo CATTT. Muito bons, estes três almoços.

A tarde começo verde, claro, com bonita subida ao Pico do Ferro. É um miradouro muito ajardinado sobre a Lagoa das Furnas. Seria o maior ex-libris de Portugal Continental, se a Natureza aqui o tivesse colocado.

Com descida ensolarada para a costa norte, demos por nós a entrar pelas traseiras da fábrica de chá da Gorreana, a única da Europa (a par com a vizinha mais pequena de Porto Formoso).

Propriedade de motociclista – o André Mota que emprestou a sua montada a um dos penalizados pela falha do contentor – a fábrica estava totalmente aberta aos mototuristas que se passearam nela como em casa. Muito tradicional, deu a mostrar o empacotamento manual, ofereceu provas de chá e ainda nos obrigou a ir colher folhas aos arbustos, no espectacular jardim que consiste a plantação. De novo 5 estrelas. Obrigado, Gorreana!

E a etapa não terminava (ainda bem). Subimos à Lagoa de S. Brás, pequenita mas gira, e deu-se um pulo à praia dos Moinhos. O último troço, bem sacado, foi percorrido com navegação por carta militar até ao farol do Cintrão. Fácil e turístico.

O regresso a Ponta Delgada foi livre e houve quem aproveitasse para conhecer as entranhas da piscatória Rabo de Peixe, considerada a freguesia mais pobre da Europa onde cada casal tem em média 7 filhos. Diz quem lá andou nas ruelas entre centenas de almas sem nada que fazer que o ambiente lembrava as medinas marroquinas...

Mais uma etapa que dava para um MR inteiro – e dos bons – por estas bandas continentais.

Final em festa e Programa Extra

No total foram três dias maravilhosos terminados em festa no jantar final de entrega de lembranças em Ponta Delgada onde achamos que, pela primeira vez, os mais certinhos foram os que menos apreciaram o moto-rali, pois para cumprirem os tempos apertados, mal podiam apreciar as envolvências.

E como as perguntas eram muito fáceis, foram mesmo os tempos a desempatar.

Com muita brincadeira, os ananases em barro foram entregues ao coimbrão casal Cruz, registando a sua regularidade.

Não satisfeitos, os organizadores açoreanos planearam ainda programas extra moto-rali para os dias seguintes. O CMSM reuniu o grupo em mais um lanche para ver a selecção de Portugal (para além do constante acompanhamento dos forasteiros)b e o CATTT levou a enorme comitiva ao Ilhéu de Vila Franca e a provar o cozido das Furnas.

E ainda à ilha de Santa Maria.

Tudo isto noutra notícia, brevemente.







Imagem Valas com fartura pelos campos Imagem Sempre no reino do verde Imagem Empacotamento manual de chá na Gorreana Imagem S Miguel tem duas vacas para cada habitante Imagem CMSM com a trabalheira das classificações Imagem Carlos Martins - CATTT - discursa Imagem Os mais certinhos do Moto Rali Imagem Muito obrigado ao Carlos Raposo pelo emprétimo da moto à FNM [/SIZE]

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[url=http://javascript<b></b>:open_lnk('verimagem.asp?img=fnm_mr08c-aco10.jpg&leg=S. Miguel de Lés a Lés')]Imagem[/url]


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S. Miguel de Lés a Lés


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[url=http://javascript<b></b>:open_lnk('verimagem.asp?img=fnm_mr08c-aco11.jpg&leg=Açores presente na partida')]Imagem[/url]


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Açores presente na partida


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Todas as partidas foram da sede do CMSM


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[url=http://javascript<b></b>:open_lnk('verimagem.asp?img=fnm_mr08c-aco13.jpg&leg=O deslumbramento começou no Miradouro do Canário')]Imagem[/url]


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O deslumbramento começou no Miradouro do Canário


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[url=http://javascript<b></b>:open_lnk('verimagem.asp?img=fnm_mr08c-aco14.jpg&leg=A primeira etapa foi dedicada às Sete Cidades')]Imagem[/url]


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A primeira etapa foi dedicada às Sete Cidades


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Na margem da Lagoa Azul


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Nem faltou a travessia da Ribeira do Miranda.


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[url=http://javascript<b></b>:open_lnk('verimagem.asp?img=fnm_mr08c-aco17.jpg&leg=A aequitectura micaelense é a preto e branco')]Imagem[/url]


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A aequitectura micaelense é a preto e branco


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Controlo na Ribeira Grande


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Pelos muros de basalto


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Visita rural em Lombinha da Maia


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[url=http://javascript<b></b>:open_lnk('verimagem.asp?img=fnm_mr08c-aco21.jpg&leg=No coração da ilha de S Miguel')]Imagem[/url]


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No coração da ilha de S Miguel


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Fotografar com gosto no Salto do Cavalo


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Entrada em Nordeste


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Subida ao Pico do Bartolomeu


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Saborear a Tronqueira


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Saborear a Tronqueira


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[url=http://javascript<b></b>:open_lnk('verimagem.asp?img=fnm_mr08c-aco27.jpg&leg=A costa Sul na Povoação')]Imagem[/url]


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A costa Sul na Povoação


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