Cheguei de Jerez e gostava de vos transmitir as minhas impressões… O caminho que me recomendaram é uma maravilha para quem gosta de motos. Como sou do norte de Lisboa, fui por Évora, Beja, Serpa (almoço – ensopado de borrego – tinha de ser!), Rosal de la Frontera, Aracena, Sevilha, El Puerto de Stª. Maria (um pouco menos de 600kms). As estradas do lado Português estão boas e do lado Espanhol estão uma verdadeira tentação, vale a pena ir a Aracena mesmo sem Grande Prémio. A viagem decorreu num ambiente muito agradável com a população em Espanha a gozar o espectáculo da passagem das motos à beira da estrada, grandes acenos em pequenos grupos de 4 ou 5 pessoas com muitas crianças e em cada paragem fizeram-nos sentir bem-vindos (inteligentes estes Espanhóis). Uma nota especial relativamente à Policia, do lado Português um radar dissimulado à saída de Portugal e 4 ou 5 agentes com a secretária preparada uns 200 metros mais à frente, do lado Espanhol clara presença dissuasora, situavam-se em locais bem visíveis ao longe, presença ajudando onde o trânsito estava mais complicado e apoiando nas zonas de descanso. Nas auto-estradas avisos aos automobilistas para estarem atentos às motos, portagens especiais só para motos e zonas de descanso, bem apoiadas e bem identificadas. Como não tratei atempadamente das reservas de hotel e porque a aventura de acampar, falou mais alto, fiquei alojado no parque de campismo Las Dunas, mesmo no Puerto de Santa Maria. Para quem não conhece eu recomendo vivamente, praia em frente, 15 minutos a pé do centro da vila, piscina fantástica, muita sombra e instalações sanitárias super limpas (mesmo com a enchente do GP). Quando cheguei preparei-me para enfrentar uma “seca” na recepção, mas 10 minutos de pois estava a ser aconselhado sobre o melhor local para montar a minha tenda e uma hora mais tarde já com o acampamento organizado, estava na excelente esplanada do parque de campismo, a bebericar uma “jarra” de 1 litro de cerveja porque segundo o empregado as outras são muito pequenas. A forma super organizada e facilitadora como a recepção funcionou no parque de campismo é extensível a todo o ambiente e é a grande lição que retiro desta viagem, dou-vos alguns exemplos: - O centro do Puerto de Stª. Maria tinha o trânsito fechado o que facilitou o acesso aos restaurantes e bares da zona. - Estacionamento - Vigiado especial só para motos na zona central do Puerto Stª. Maria (50 metros dos restaurantes). - Em algumas vias, onde o “disparate” e a acumulação de público seriam previsíveis, protecções com barreiras para que se pudesse assistir em com alguma segurança. Com muita paciência e muita permissividade a policia procurava não intervir, mas o socorro para os (poucos) acidentados estava sempre por perto. - Restaurantes – Romerijo (marisco até partir) e Meson del Asador (para os apreciadores dos prazeres da carne) e muitos outros onde eficiência e qualidade quer do serviço quer dos produtos me deixaram a vontade de regressar. Discotecas, Bares e animação – Umas noites animadas com a visita à feira no centro, muitos shots nos bares, “chicas com motos” e habilidosos que com burns, éguas e cavalos me recordavam que o equilíbrio diminui na razão inversa ao álcool ingerido. Felizmente que o meu caminho era curto! Em conclusão: - Um GP em que a emoção e o imprevisto estiveram ao rubro. - Uma região que nem se vê bem no mapa é literalmente invadida (Alemães, Franceses, Ingleses, muitos Portugueses e uma legião de Espanhóis). - Os restaurantes, bares, hotéis e comércio em geral fizeram uma fortuna em três ou quatro dias (o que num ano de crise não está nada mal). - As autoridades têm a atitude certa (Ajuntamento e Policia) - A malta pôde mostrar as máquinas novas, os fatos de cabedal a estrear e os capacetes reluzentes (já viram o dinheiro que isto representa). - Uns milhares de moto-turistas saíram super satisfeitos e vão fazer tudo para voltarem no ano seguinte.
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