Já há muito tempo que estou devedor desta crónica. Mas o atraso na organização das fotografias, a preguiça e uma elevada dose de inépcia tecnológica (é preciso não esquecer que eu ainda sou do tempo em que se apanhava na escola para aprender a escrever Egipto com "p") fazem com que hoje escreva apenas umas breves palavras. Fica o compromisso de um dia trazer outras imagens e carregar o video - para isso, primeiro ainda tenho que ir fazer um curso das novas oportunidades - assim como os detalhes do itinerário.
O repto, lançado por 2 colegas e amigos,chegou no Verão de 2011: vamos passar o final do ano à Patagónia? Depois de uma louvável negociação matrimonial (Obrigado, Margarida, és uma Santa!) a resposta não demorou muito. Ía finalmente conseguir concretizar um projecto antigo. Aluguer das motos reservado, viagens marcadas, itinerário escolhido, alojamento definido e ala que se faz tarde. 2 outros amigos quiseram juntar-se, mas de 4x4. Para além da excelente companhia que proporcionaram, a opção revelou-se bastante simpática pela ajuda no transporte da bagagem, no abastecimento e como recurso para alguma eventualidade complicada.
Para uma breve idéia do trajecto:
Ligação aérea Lisboa - Santiago do Chile - Osorno (localidade onde iniciámos a viagem)
Osorno - Bariloche
Bariloche - Futaleufu
Futaleufu - Puyuhaupi
Puyuhaupi - Puerto Tranquilo
Puerto Tranquilo - Villa O'Higgins
Villa O'Higgins - Cochrane
Cochrane - Estancia Angustura
Estancia Angustura - El Chalten
El Chalten - El Calafate
El Calafate - Puerto Natales
Puerto Natales - Rio Grande
Rio Grande - Ushuaia
Ushuaia - Rio Grande
Rio Grande - Punta Arenas (onde entregámos as motos)
Ligação aérea Punta Arenas - Santiago do Chile - Lisboa
Foram 18 dias de grande gozo e 4.800kms, na sua maioria fora do alcatrão. Como a minha experiência nestas andanças era pouca, foi um excelente curso de aprendizagem. A ignorância e a sorte juntaram-se em perfeita harmonia em cima da gravilha e do cascalho, poupando o corpito e os equipamentos a qualquer humilhação.
Vamos lá então lavar as vistas, ainda que por breves momentos. E a primeira imagem, para celebrar um vôo perdido de Santiago para Osorno (é no que dá viajar entre o Natal e o fim de ano) foi a desforra na produção nacional durante uma noite forçada no hotel do aeroporto.