Um dia reservado para passeio levou-nos de Puebla de Sanabria em direcção a Vinhais, numa das fronteiras do Parque Natural de Montesinho. Daí para Bragança, para almoçar no célebre Solar Bragançano. Continua uma instituição, onde tudo é bom, cheira a antigo e os guardanapos são de linho. Para entrada, perdiz desossada.
Cabrito grelhado, que fez sucesso.
E a alheira com castanhas. Ainda não é época nem de alheiras, nem de castanhas. Mas o que importa, se a qualidade e a confecção são irrepreensíveis?
Aqui uma nota para os meus conterrâneos de Lisboa: nunca hei-de perceber de onde veio a mania de mergulhar as desgraçadas das alheiras numa fritadeira e espetar-lhes com um ovo estrelado e batatas fritas em cima. A minha Avó, coitadita, se algum dia soubesse disto corria toda a gente à sacholada.
Para sobremesa, algo pouco enjoativo: doce de abóbora com ovo...
Regresso a Puebla de Sanabria, novamente pelo Parque de Montesinho. Desta vez, a fronteira escolhida foi a da aldeia de Rio de Onor - a tal que é metade lusa, metade castelhana. No dia seguinte, era tempo da última etapa. Tenho pena de não ter fotografias do trajecto, porque estava espectacular: Bragança, Zoio, Podence, Macedo de Cavaleiros, Carrazeda de Ansiães, cruzar o Douro para São João da Pesqueira. Experimentem, que não vão arrepender-se. Sobretudo, se apanharem um dia de Outono como eu tive a sorte de ter.
Falando de Macedo de Cavaleiros, não tinha espaço para abastecer-me de pão e derivados de reco. Mas ainda fui ao mercado, cumprimentar a minha fornecedora habitual (Vera Rocha, aqui fica a publicidade). Só havia 2 azedos e, à boa maneira portuguesa, não podia deixá-los lá. Solução: vieram na mala, cada um dentro de seu sapato.