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MensagemEnviado: quarta set 11, 2013 11:13 pm 
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MensagemEnviado: quarta out 02, 2013 8:38 pm 
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MensagemEnviado: quarta out 02, 2013 8:39 pm 
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[SIZE="4"]"Hoje de manhã saí do Lodge na floresta às nove a caminho da fronteira com o Butão, na esperança de ter o visto pronto quando lá chegasse.
Os cerca de 30 Km aqui são de boa estrada, alcatroada recentemente, à parte cerca de 2 Km que ainda estão em terra. Pelo caminho passei por enormes plantações de chá, uma planta que tem pouco mais de um metro de altura mas que forma uma espécie de tapete em altura que parece ter sido aparado. Pelo meio algumas árvores que têm ar de serem estrategicamente colocadas para não deixarem o sol queimar as folhas do chá e, provavelmente, manterem a humidade.
Os guardas do portão de entrada no Butão reconheceram-me pela moto e nem perguntaram onde ia. O visto não estava pronto mas ainda bem que lá fui logo de manhã porque a mulher da agencia tinha-se esquecido da cópia do meu passaporte em casa e lá foi tirar outra para enviar por fax a um colega em Thimphoo, a capital, para ele ali obter o visto. O processo começou a atrasar-se e, estando a pagar 290 dólares por cada dia no Butão, pedi que fizessem o visto só a partir de amanhã para poder entrar no país logo pela manhã e ter tempo para visitar as duas cidades onde quero ir.
Depois de confirmar que estava tudo encaminhado perguntei por um Hotel na pequena cidade do lado Indiano da fronteira e um dos empregados da agencia foi de carro à minha frente até lá. Estranhei logo porque o Butanês, em vez de atravessar a estrada onde estávamos, houvesse ou não traço contínuo, andou pela via esquerda uns 200 metros para cima para dar a volta numa rotunda. Confirmei este espírito suíço tão contrastante com o dos indianos onde, simplesmente, não há regras de transito quando, da parte da tarde, voltei à agencia para recolher o visto. Como costumo fazer aqui na Índia nestes dias de calor em pequenas distancias, ia na moto em mangas de camisa e sem capacete. Os guardas da fronteira do Butão mandaram-me parar e disseram-me que não poderia entrar no país sem capacete. Eu expliquei-lhes que ia só parar a moto cinquenta metros à frente para levantar o visto na agencia mas eles nem puseram essa hipótese: “Não. Não pode passar este portão sem capacete”. Pedi-lhes então para deixar ali a moto à entrada e acederam sem problema. O contraste parece abismal. Ainda aumentou mais a minha curiosidade. Será que a felicidade extrema inclui cumprir as regras escrupulosamente? Imaginava mais um local que dizem ser a própria felicidade como uma espécie de anarquia mas em que todos se respeitassem.
Entretanto hoje, aqui na Índia, é dia de “Vishwakarma”, o Deus dos Engenheiros, como me dizia há pouco o recepcionista do Hotel. É dedicado a tudo o que é maquinaria e então muitos carros andam com cordões de flores penduradas enquanto aqui no largo do Hotel montaram vários altares dedicados a este Deus, alguns com aparelhagens de música aos berros, outros com coisas doces com que intoxicam as crianças e outros nos quais as pessoas simplesmente entram e fazem uma pequena reza, certamente a pedir que o carro podre resista mais um ano."[/SIZE]

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MensagemEnviado: quarta out 02, 2013 8:40 pm 
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MensagemEnviado: quarta out 02, 2013 9:13 pm 
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[SIZE="3"]Ontem tive que deixar o Butão porque o visto acabava. No dia anterior tinha tido uma divertida noite na companhia do meu guia e do gerente do Hotel. Estive de manhã na Internet, onde já não conseguia ir há uns dias, e acabei por arrancar só ao meio dia. Demorei três horas e meia a fazer os perto de 200 Km que separam a capital, Thimphoo da fronteira, por aquela estrada que serpenteia através dos Himalayas, nalguns locais muito estreita e em que a altitude sobe até perto dos 2500 metros.
Na vila da fronteira decidi ir almoçar antes de carimbar o passaporte a caí na tentação de pedir uma pasta com legumes à italiana. É um erro que não volto a cometer, por mais farto que esteja de comer galinha com arroz, pedir um prato que não faz parte da alimentação habitual dum país. Trouxeram-me uma mistela de massas diferentes que pareciam ser restos de clientes de há largos meses. Era picante não sei se por tempero se por estar estragado mas passadas duas horas, já chegado ao Lodge da selva onde tinha deixado dois dos meus sacos a caminho do Butão, estava com uma intoxicação alimentar. Felizmente não cheguei a vomitar, dormi bem e no dia seguinte estava um pouco melhor.
Para piorar a situação ao chegar ao Lodge fui picado no pescoço por uma abelha de um grupo que tinham montado ninho na recepção. Consegui tirar o ferrão mas hoje está um pouco inchado.
Arranquei às dez da manhã por uma boa estrada, alcatroada há pouco tempo, através da floresta rumo a sul, a caminho do Bangladesh. Tinha percorrido pouco mais de três quilómetros e rodava a 110, 120 Km/h quando por pouco não atropelei um trabalhador das obras que atravessou a estrada sem me ver aproximar.
Passados uns quilómetros apanhei um “speed bump” à entrada de uma ponte, dos que por aqui têm sem aviso. Só o vi muito perto e nesses casos não podemos travar forte para não passar o peso da moto todo para a roda da frente. Limitei-me a pôr-me de pé e agarrar bem o volante. Senti a suspensão da frente bater no fundo e a moto foi uns dois ou três metros pelo ar. Muita pancada tem levado esta “Cross Tourer”.
Não tinha percorrido cem quilómetros quando, depois de ter parado para tirar uma fotografia a um grupo de macacos que atravessava a estrada, vi um letreiro a anunciar “Buxa Tiger Reserve Lodge”. Seria desta que conseguia ver um Tigre no seu habitat?
Entrei pelo desvio mas, como todas estas Lodge de floresta na Índia, o local tinha um aspecto entre o abandonado e o mal tratado e acabei por me instalar num Hotel na aldeia com melhor aspecto e tentar marcar um Safari. Depois de falar com várias pessoas que me enviaram de um lado para o outro ainda não consegui nada. Amanhã vou fazer uma ultima tentativa antes de arrancar para a fronteira com o Bangladesh, a menos de 100 Km de distancia.[/SIZE]

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MensagemEnviado: quarta out 02, 2013 10:17 pm 
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Deve ter sido uma viajem bem enriquecedora. :nuts:

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"se não tiver 2 rodas, um par de mamas ou coberto de chocolate, então sinceramente, não estou lá muito interessado…" PC :lingua:


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paulo barroso Escreveu:
Deve ter sido uma viajem bem enriquecedora. :nuts:


Esta a ser Ainda :fixe:

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MensagemEnviado: sexta nov 22, 2013 4:35 am 
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Tenho acompanhado, simplesmente fantástica.

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RICARDO MATIAS
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Boas!
Continuação de boas curvas...

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Cumprimentos Motards,
João Moita


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MensagemEnviado: sexta dez 06, 2013 10:33 pm 
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Isto era suposto ser um grande evento publicitário da nova honda crosstourer.
Pena os Japas não perceberem nada de publicidade.
Será que aí pela BMW não haverá ninguém que explique aí aos rapazes da honda Tuga como se faz publicidade a um modelo de mota.
Ah, não esquecer que só vale durante a semana. O Chico Sande tem direito a fins de semana.


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MensagemEnviado: terça fev 04, 2014 4:33 pm 
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Assam - Nordeste da Índia
"Caçadores de "palmo e meio" com arco e flecha mostram, orgulhosos, as presas do dia que incluem um coelho, dois castores, três aves e um rato, tudo comestível."

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MensagemEnviado: quinta fev 06, 2014 8:07 pm 
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Viagem de sonho...mas para carteiras ou conhecimentos de sonho...lol


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10 de Fevereiro de 2014

Manipur



Entrei em Manipur pelas 10,30 da manhã. Eles têm uma espécie de posto fronteiriço mas, tal como tinha feito em Nagaland, no dia anterior, nos dois ou três “check points” por onde passei, apanhei os guardas distraídos e, antes que tivessem tempo de me mandar parar ... ala que se faz tarde. O problema é que por vezes ficam a fazer-nos interrogatórios durante horas e corria até o risco de me mandarem para trás.
Esta província Indiana no extremo oriental do país, cuja capital é Imphal, tem mais de 2,5 milhões de habitantes que falam, uma língua própria, o manipuri. A população é formada por uma enorme variedade de tribos, todas elas com traços fisiológicos mais orientais que indianos.
Há décadas que vários grupos pedem que a província se torne independente da república Indiana. Um dos problemas é que cada grupo pretende instalar o seu regime que a maior parte das vezes não coincide com o dos adversários.
O ambiente é tenso.
Na estrada até Imphal, os jipes que passam por mim ostentam quase todos enormes bandeiras de diferentes partidos, todos eles contra a presença indiana em Manipur. Tinham-me avisado para não fazer esta estrada de noite, de forma nenhuma, pois há muitos assaltos por homens armados.
A estrada é de montanha, esburacada, e volta a ter partes que não estão alcatroadas de maneira que as médias são muito baixas. Para chegar a Moreh, a vila fronteiriça, antes de anoitecer, não podia perder muito tempo com os “check points” mas, a partir de Imphal foi impossível evitá-los. Ainda passei o primeiro à “sucapa” mas dois ou três quilómetros depois militares mandaram-me parar no meio da serra. Tinham sido informados que eu passara o “check point” sem parar. Foram simpáticos, recomendaram que parasse nos próximos e mandaram-me seguir. A partir daí fui mandado parar mais umas três ou quatro vezes e, de cada uma, pediram-me passaporte, verificaram vistos e revistaram a bagagem. Nesta estrada de Imphal até à fronteira, muito controlada por militares indianos, já não aparecem as bandeiras nos jipes. Vemos antes carros e camiões carregados com mercadoria trazida de Myanmar a arrastarem-se nas subidas e a deixarem um rasto de cheiro a Ferodo queimado nas descidas. As transmissões são um dos órgãos que sofre nas subidas acentuadas devido ao peso que levam e passei por um camião ao qual já tinham desmontado o diferencial, pousado no alcatrão, com os passageiros a esperarem calmamente na berma da estrada que a reparação ficasse concluída.
Cheguei a Moreh pelas quatro e meia da tarde, escapando a noite por meia hora. É uma vila pobre, com a maioria das casas em madeira com telhados de zinco muito degradadas. Fui até à fronteira mas tinha fechado às quatro. Recomendaram-me o único Hotel em que os quartos tinham casa de banho, mesmo sendo do estilo sujo a que estou habituado.
Jantei numa tasca em frente do Hotel a habitual galinha com arroz e deitei-me cedo porque aqui, ao contrário do que acontece no resto da Índia, fecha tudo às oito da noite.
No dia seguinte, pelas 8,30 da manhã estava na parte indiana da fronteira. O oficial de serviço informou-me que, mesmo eu tendo o visto para Myanmar, não me carimbavam o passaporte para sair da Índia sem autorização dos Birmaneses. Fui então à pendura numa pequena moto com um empregado da alfandega até ao outro lado da fronteira falar com o oficial de serviço. Antes de atravessar a estreita ponte sobre o rio que aqui separa os dois países, o homem passou do lado esquerdo para o lado direito da estrada e só então soube que iria voltar a circular pela direita, depois de andar do lado “errado” desde que entrei no Irão, cinco países atrás.
O oficial Birmanês disse não ter autorização para que eu entrasse de maneira que tive que regressar à vila e tentar enviar um mail para o meu contacto em Myanmar.
Voltei a instalar-me no Hotel onde, do outro lado da rua, numa barraca podre, havia uma espécie de Internet Café que funcionava durante as poucas horas em que havia eletricidade no local.


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