Cá estou eu a apresentar-me, como mandam as regras da boa educação. Resido em Lisboa e sou o feliz proprietário de uma R1200GS, que tem quase 1 mês e já conta com 2400 kms. De certa forma, um regresso às origens porque, a minha primeira mota foi uma Transalp (trail). No stand convenceram-me e optei pela Special Edition, apesar de sempre ter dito que mota que é mota tem de ser preta. Sim, quebrei duplamente as minhas regras pois sempre afirmei que dificilmente viria a ter uma BMW, principalmente, com motor Boxer. Estigmas provocados pelas “bocas do mundo” de quem nunca teve oportunidade de experimentar com a isenção necessária pois, esta minha nova máquina é, realmente, uma “bicicleta” com motor. Mas isto será (ou talvez não) tema para outro tópico. Sou um simples utilizador das 2 rodas e já tive motas de, praticamente, todos os segmentos o que me dá alguma legitimidade de opinião, pessoal mas isenta e que terá a importância que tiver. Acima de tudo o meu comportamento na estrada, sem falsos moralismos, procura ser exemplar e digno. Não sou santo nem pretendo sê-lo. No entanto e perante os restantes utilizadores da via pública, tenho lutado por mostrar que sou um ser humano como todos e não “mais um gajo das motas”. Acima de tudo, respeito para ser respeitado e esse é o meu princípio básico, não só nas motas como na vida. Recordo-me de um episódio que me marcou e não deixo de mencionar porque muito me orgulha (sei que não sou o único a senti-lo). Fui fundador e responsável por um grupo motard cujo principal objectivo era o convívio e passeios mototurismo. Acima de tudo, um grupo restrito de amigos que andava de mota identificados por uma única sigla/imagem e com princípios muito rigorosos de acesso. Não era qualquer um que entrava no grupo ou nos acompanhava. Numa das nossas idas para Jerez de La Frontera um dos nossos amigos teve um problema no radiador que nos reteve em Beja durante mais de 4 horas (ninguém seguiu viagem enquanto a sua “menina” não ficou livre de “perigo”). Resultado, o almocinho em vez de ser em Puerto de Sta. Maria, foi nessa bela cidade alentejana. Acabados de sentar à mesa de um restaurante com o qual “nos cruzámos”, entrou um sujeito que se nos dirigiu com a seguinte frase “Desculpem lá mas fiz questão de parar e entrar quando vi as vossas motas só para vos dar os parabéns. É a primeira vez, ao fim de tantos anos a ver passar motas nesta altura, que vi um grupo com um comportamento na estrada como o vosso. Bom almoço e continuação de boa viagem.” Ficámos a olhar uns para os outros e tenho a impressão que a partir desse momento, se alguém teve alguma dúvida sobre os estatutos do grupo, a mesma dissipou-se por completo. Bom, chega de prosa e os meus agradecimentos a quem teve paciência para ler isto tudo. Coloco-me à disposição desta comunidade, em parte também responsável pela minha escolha BMW (sim, visito o vosso fórum há já algum tempo). Eu irei solicitar a vossa ajuda muito em breve. Coisas simples mas fundamentais para uma melhor utilização da minha fantástica máquina. Obrigado. Boas curvas. PT
_________________ Não me falem em kit's de unhas. Saber andar de mota é um dom que se tem ou não 
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