Uma vez mais o nosso amigo Filipe Elias presenteou-nos com um excelente relato do seu test-drive à BMW K1600GT, como é seu timbre, aliás, e que subscrevo na íntegra. Permito-me apenas completar com a minha ainda que curta experiência nesta moto.
Como alguns de vós sabem através do FB, desde a passada quarta-feira que sou mais um dos felizes proprietários de uma destas belíssimas motos, mais precisamente uma K1600GTL cinza metalizada adquirida na Baviera Expo, por troca da minha última Yamaha FJR 1300 AS.
O meu "namoro" com a K1600 iniciou-se quando em 2011 fiz o primeiro test-drive a uma GT que me deixou maravilhado. No entanto, e depois de já ter adquirido 5 FJR's, com as quais viajei por quase toda a Europa, optei por esperar pelo lançamento da tão anunciada e esperada nova FJR que, afinal, acabou por se concretizar apenas em Dezembro do ano passado. Por outro lado, e porque a K1600 na altura era ainda uma novidade, que necessitava por isso provar as suas reais qualidades e fiabilidade no terreno, optei por seguir o velho lema que "em equipa que ganha não se mexe", continuando assim com a minha já "velhinha" mas fiel FJR AS de 2006.
Após o anúncio da renovada FJR, no final do ano passado, e depois de um test-drive que me confirmou que a moto havia melhorado, embora não tanto como esperava, nomeadamente e por exemplo a inclusão de uma 6a. velocidade e uma maior proteção aerodinâmica, para só citar as principais, ainda assim decidi encomendar uma FJR AS preta.
No entanto, e em resultado de um desentendimento grave com o importador nacional, i.e. com a Yamaha Motor Portugal (e não com o meu habitual Concessionário que muito prezo), algo de surreal para com um cliente que já havia adquirido 5 (!) FJR's nos últimos 12 anos, renasceu a minha paixão pela K1600 que, ao longo dos seus dois anos de existência, havia no entretanto comprovado a sua excelência e fiabilidade.
A partir deste momento e depois de cancelar a encomenda da FJR, a minha dúvida residia apenas se compraria a K1600GT, que me deslumbrou nas duas vezes que a testei, se a "irmã mais velha", a K1600GTL, bastante mais confortável e com a vantagem de ser literalmente "plug & play" para um amante de moto-turismo como eu. A moto está tão bem equipada de origem que, com a excepção de um ou dois pequenos extras, como por exemplo o GPS, e não fosse a rodagem e a revisão dos 1.000 Kms, podia levantar a moto do stand e rumar novamente e de imediato à Noruega
Porque não existia no país qualquer GTL para test-drive, decidi confiar na opinião de alguns amigos, que já haviam testado a moto, bem como no muito que li sobre a moto em vários fóruns, até que em boa hora optei por encomendar uma magnífica GTL cinza prata, que me foi entregue em apenas 3 dias úteis !
Logo no primeiro dia percorri mais de 200 Kms e confirmei que a GTL, para além da limitação electrónica de velocidade nos 225 km/h, contra os 250 km/h da GT, praticamente nada perde em termos de agressividade / competitividade em relação à segunda, com a vantagem de oferecer um conforto bastante superior que quer a minha já muito maltratada coluna, quer a minha mulher, rapidamente agradeceram
Além de todos as restantes qualidades já relatados pelo Filipe Elias, a ciclística e suspensão ESA da moto é tão boa que, ao contrário do que acontecia com a FJR, praticamente não sinto a diferença entre rodar com ou sem pendura.
Por outro lado, e em termos de equipamento e tecnologia, tenho de reconhecer que a K1600 está muitos pontos acima da FJR ou de qualquer outra moto japonesa, para já não falar da proteção aerodinâmica, incomparavelmente melhor, além do motor de 6 cilindros em linha que, embora mais pesada 50 quilos mas mais potente do que a FJR, tem uma entrega muito mais linear e um binário fabuloso !
Curiosamente e em duas idas a Beja, à Motorxpro, uma ainda com a FJR e a última ontem, já com a K1600GTL, pôde constatar que apesar da cilindrada ser superior, o consumo é menor (média de 6,4 contra 7,1 da FJR, em auto-estrada, à velocidade estabilizada de 150 km/h), resultado natural de uma 6a. velocidade e, também, de um motor mais recente. Aliás o torque da K1600GTL é tanto que bem podia ter uma 7a. velocidade, tipo over-drive, à semelhança do meu 911.
Apenas quero realçar uma situação que me desagradou. O sistema de comunicação Bluetooth da moto, da marca Alpine, de excelente qualidade, é somente compatível com o Communication System da BMW quando se conduz com alguém à pendura, para já não falar no preço que é exorbitante (mais de 400 euros por capacete !). Estes sistemas "proprietários" já deviam ter sido banidos do mercado, não só pelo inaceitável proteccionismo que fazem à marca, mas também pela falta de alternativas que deixam aos clientes !
Em resumo, a K1600GTL é, de facto, a melhor sport-turismo que jamais tive, com a qual estou ansioso para iniciar a minha viagem à Escócia em Junho próximo.