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Rookie |
Registado: quarta jan 04, 2012 2:53 pm Mensagens: 17 Localização: Brasil
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Aeee pessoal... mais um capítulo da viagem. Este é especifico da Bolivia. O relato é meio longo, mas vale muito a pena. Este trecho foi feito através de uma agência de turismo chamada Cordillera e não com as motos... Bom divertimento!!! Dias 13/02 a 16/02 – uns 1.100 km (San Pedro – Salar de Uyuni na Bolívia – San Pedro) Bom... este foi um passeio à parte e vou agrupá-lo como um todo. Foram 04 dias e 03 noites sacolejando em cima de uma Toyota Land Cruiser 4x4, sem chuveiro no primeiro dia, em condições precárias no segundo e terceiro, porém...., as paisagens falam por si (...espetaculares). Valeu cada centavo e cada instante de desconforto para visitar um lugar quase mágico, que aparenta, num primeiro instante, estar atrasado uns 100 anos da nossa civilização, porém, preserva uma natureza praticamente intocada pelo homem. A gente se sente um pouco estranho, há no ar um sentimento de desolação, de algo fora da realidade, algo que ficou perdido como se fosse uma viagem no tempo. Mas é incrível como é bonito. Acredito que muito desta beleza esteja relacionada ao fato da altitude, quase sempre acima dos 4.500 e chegando, em alguns pontos, a quase 5.000 msnm. As plantas são poucas e rasteiras, o ar é sempre frio, as montanhas geralmente possuem neve na parte superior e há poucos animais: vicunhas, lhamas, uns roedores que se assemelham a coelhos (esqueci o nome... acho que são vizcachas) e é claro, flamingos nas lagoas. Por ser uma região com intensa atividade vulcânica, cada lagoa que visitamos possuía minerais e substancias químicas diferentes, dentre eles: cobre, bórax, enxofre, acido sulfúrico, entre outros. Os flamingos se alimentam de pequenos crustáceos que se desenvolvem em certas lagoas. Bom... voltando ao passeio. Acordamos cedo, separamos as coisas que íamos levar em duas pequenas mochilas e também arrumamos as coisas que iriam ficar na cabaña, junto com as motos. Dirigimo-nos à agência para pegar a van que nos levaria até a fronteira a uns 50 km de San Pedro. Na agencia conhecemos os outros viajantes que iriam à mesma excursão: 2 casais de ingleses, uma alemã doida, uma senhora italiana e uma outra holandesa, além é claro os três patetas (eu, Thaysa e Cae), totalizando 10 pessoas. Partimos umas 08:30 e já no caminho, passamos na Imigração para fazer a saída do Chile. A van pegou a estrada no sentido do Paso Jama e começamos a subir. Para se ter uma idéia, San Pedro do Atacama fica a 2.400 msnm e a fronteira com a Bolívia fica a 4.500 msnm. É uma baita subida em apenas 30 ou 40 km. No meio do percurso tivemos que parar porque havia nevado durante a madrugada e a pista ainda estava congelada. Descemos da van para tirar algumas fotos e deveria estar uns 2 ou 3 graus Celsius. Esperamos alguns minutos para prosseguir. Chegamos na fronteira (que na verdade é apenas uma humilde casa com a inscrição: Migración Bolívia), fizemos a entrada no país e tomamos café da manhã em pé ao lado das Toyotas Land Cruiser 4x4 em que faríamos os passeios. Como estávamos em 10 pessoas, fomos divididos em 2 grupos de 5. Cada grupo iria numa Toyota, com o respectivo motorista. Em nosso carro ficou, além dos 3 patetas, a alemã doida e a senhora italiana. Nosso motorista era o Javier. Após o café iniciamos a jornada de 540 km até o Salar de Uyuni por estradas não pavimentadas (aliás isso é piada, porque literalmente não há estrada alguma). Primeira parada: Laguna Branca e Laguna Verde. Cada uma atrás de um vulcão (Juriques e Licancabur, respectivamente).  Obs.: Cada lagoa do altiplano boliviano possui uma cor distinta que a diferencia das demais. Isso ocorre, conforme já mencionado, aos diversos minerais presentes em suas águas. Minerais como magnésio, bórax, enxofre, cobre fornecem tonalidades como verde, branco, marrom, laranja, vermelho (não exatamente nesta ordem, ok?). Em toda esta região há inúmeros vulcões e são eles os responsáveis pela paisagem diferenciada e pelos minerais encontrados nas proximidades. Segunda parada: Deserto de Dali. É um trecho de mais ou menos 10 a 15 km onde se pode fotografar montanhas coloridas, fazendo uma referencia às pinturas de Salvador Dali. Terceira parada: Termas de Polques e Laguna Salada. Nesta parada havia a possibilidade de tomarmos banho numa piscina de água corrente a uns 38oC. Como estava frio pra cacete e a parada era só de 15 minutos, não nos animamos, mas tinha muita gente aproveitando. Quarta parada: Gêiseres “Sol de Mañana”: são gêiseres que expelem fumaça de enxofre. É possível chegar bem próximo e olhar dentro das cavidades e perceber o material rochoso borbulhando. Este é o ponto mais alto da viagem (4.950 msnm). Quinta parada: Refúgio da 1ª noite. Chegamos ao refúgio onde passaríamos a noite. Uma construção simples, térrea, parecendo uma pousada, com uns 8 a 10 quartos, um local para as refeições e uma cozinha. O detalhe é que havia somente um banheiro, coletivo, contendo 2 vasos sanitários operantes e duas pias. E só. Não havia chuveiro e a luz era provida por um pequeno gerador. Neste local, durante o inverno, a temperatura chega na casa dos -30oC. A programação era a seguinte: deixar as coisas nos quartos (também coletivos), almoçar (purê de batata, salsicha ruim e salada), visitar a Laguna Colorada que fica a uns poucos quilômetros, voltar ao refugio, jantar (sopa com macarrão e pêssego em calda como sobremesa) e dormir. Sexta parada: Laguna Colorada. Belíssima e grandiosa lagoa com tonalidade alaranjada. Muitos flamingos se alimentam nela, sempre a procura de uns pequenos crustáceos que se desenvolvem em suas águas. Voltamos ao refugio para jantar e dormir. O motorista aproveitou e trocou a bucha da suspensão do nosso carro, pois estava gasta e o carro pendia para um dos lados. Coisa simples.
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