Viva
Como hoje estou numa de opinar em todos os tópicos este também não escapa.
Quanto a mim a questão dos tamanhos e pesos tem alguma pertinência, mas há outro ponto que me parece de maior importância em face do que o mercado de motos oferece.
A relação peso/potência.
Qualquer 600 pequenina, leve e potente é uma verdadeira armadilha para o inexperiente, um toquesito mais forte no acelerador e lá se vai o controlo.
Uma travagenzita menos bem medida e não há tracção devido ao baixo peso, o mesmo para um bocadito de areia ou terra no piso.
Por outro lado falta-lhes binário, especialmente em baixa, entrar numa curva ou, pior, numa rotunda, com o motor morto é meio caminho para o chão.
Aqui sim, ser capaz de "pegar nela em peso" é muito útil.
As turísticas por outro lado têm tracção em quantidade e qualidade, relação peso/potência bastante comedida e binário quanto baste para resolver as nabices iniciais no que toca á gestão de caixa.
No que toca a passeios e manobras de estacionamento é que efectivamente a coisa é complicada, o peso nota-se e pode fazer estragos. Mas com algum cuidado sobrevive-se a isso.
Creio que o caso do Sérgio como o do Miguel e até o meu e da Carla são o exemplo desta realidade.
Também me assustei quando em fase de escolha da primeira moto me sentaram numa PAN ST1100 e me mandaram ir experimentá-la. Até tive de fazer meio oito por me enganar numa rua e afinal foi mais fácil que no exame com uma GS500E.
Foram precismente as manobras de estacionamento no passeio que se puseram entre mim e ela.
Depois descobri a Deauville, ainda com algumas dúvidas, mas acabei por comprá-la.
Hoje passados 4 anos e 78.000kms, acho que fiz a escolha certa, estas motos ensinam a conduzir (a opinião não é minha mas concordo).
Não digo que os defensores do começar numa pequenina e ir subindo de tamanho e peso estejam errados.
Parece-me é que essa abordagem estará algo desactualizada.
As motos mudaram muito ao longo dos anos.
Os pneus já não são de plástico, nem quadrados, as ciclisticas evoluiram de uma forma espantosa, travões e suspensões então nem se fala.
As motos mais comedidas e dóceis da actualidade são precisamente as turísticas e maxi-trail. As maxi-trail têm apenas a desvantagem da altura ao solo.
As físicamente pequenas são precisamente as mais exigentes em termos de condução dado o tipo de resposta de motor que apresentam.
No caso da RT ainda temos a panóplia de ajudas electrónicas que não se encontram nas mais pequenas.
Não digo que uma CBF não seja uma boa moto de iniciação, mas as turisticas de médio porte também não são nada más.
Quanto ao relato do Miguel, fez-me voltar à memória alguns episódios engraçados da minha própria iniciação. Tirei a moto do stand para a levar para o Algarve onde estava de férias com a família.
Como não queria uma rodagem de AE, sai em Setúbal e fui pel nacional. As ultrapassagens foram a primeira anedota, não dá,...ainda não dá,..., já dá.... quêêêê.. já se acabou o veículo longo!!!!
Ou então decidir que não dava e sair um corsazito de trás de mim passar-me a mim e ao camião e ainda lhe sobrar muito espaço.
Ou então achar que não cabia de maneira nehuma entre as filas de carros, desviar-me para deixar passar uma moto que buzinava atrás de mim e ver passar uma Gold Wing com espaço a sobrar por todos os lados.
Enfim aventuras do principiante que todos somos uma vez na vida.
Força nisso, Miguel, Jorge, kilometros e juízo é o que é preciso.
Abraços e boas curvas
Jorge Ferreira
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Jorge FerreiraHonda NT650V DeauVille '02
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