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Rookie |
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Registado: terça jul 15, 2008 4:03 pm Mensagens: 91 Localização: Lisboa
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Companheiros, Que magnífico passeio realizei na passada 4ª Feira, 18 de Março, à Serra da Estrela ! Levantei-me bem cedinho e, depois de me equipar convenientemente – fato completo, luvas, botas, cinta com protecção dorsal e capacete integral, é claro – instalei o Zumo, com o percurso preparado na véspera, na GSA, a moto ideal para percursos de montanha, inquieto para voltar a papar quilómetros ! Mas o dia começou mal. A vontade de abalar era tanta que me esqueci, pela primeira vez na vida, de tirar cadeado de disco e “zás”, comecei o dia a beijar o piso da minha garagem, qual bênção Papal ! Saí do Condomínio pelas 8:30, já enervado, e eis que, na A1, quando circulava a cerca de 140 km/h, vejo um papel branco a passar-me frente ao nariz, não lhe dando a devida importância. Só mais tarde percebi que era o ticket da AE. Um pouco mais à frente sinto algo cair-me no cólo. Olho e vejo que era a minha carteira. Com uma sorte incrível consegui deitar-lhe a mão, obrigando-me a parar na Área de Serviço de Santarém para voltar a guardá-la no meu fato BMW, cujos fechos havia esquecido de puxar. Pelo sim, pelo não, procuro também pelo meu livro de cheques, onde guardo todos os documentos das motos e carros, ente outros, e não o encontro. Se já estava “nervoso”, fiquei desesperado, convencido que teria de voltar a trás, tentar encontrá-lo e dar o passeio por terminado ! Aldeia pitoresca a caminho de Góis Decidi ligar para o serviço de apoio da Brisa, para ver se me ajudavam a encontrar o livro de cheques, ao que me aconselharam sair na próxima portagem, pagar a respectiva multa para obter a factura e, assim, apresentar o pedido de apoio formal, devidamente documentado. Como um tolo, assim fiz. Saí perto de Leiria e o simpático funcionário que estava na portagem até queria deixar-me passar sem pagar. Mas tanto insisti que o homem lá me passou, contrafeito, a factura de 27,10 euros ! A seguir vi um posto da BT, onde parei para pedir igualmente auxílio na tentativa de recuperar os documentos. Já na esquadra e quando o agente pede a minha identificação, ao retirar a carteira do casaco sinto algo nos fundilhos da “panóplia” de fechos e algibeiras do fato BMW. Nem imaginam a cara do agente quando, incrédulo mas radiante, retiro de lá o livro de cheques, qual coelho da cartola ! Só me restou pedir-lhe desculpa por este falso alarme – coisas de kotard, a começar a ficar “bacoco” – todo roído por ter pago, desnecessariamente, a multa da Brisa ! Paragem obrigatória na mítica ponte de Góis Lá retomei a rota previamente carregada no GPS, seguindo em direcção à Serra da Estrela, via Coimbra, Góis, Arganil e Seia. À medida que subia rumo ao destino final, mais bela era a paisagem, com os seus verdes luxuriantes, salpicado de cerejeiras e amendoeiras em flor, lembrando que a Páscoa está à chegar. Parei um pouco na mítica Vila de Góis, seguindo depois para Arganil onde, no meio da cidade e sem razão aparente, a GSA desliga-se. Assaltaram-me logo as memórias dos azares matinais e convenci-me, outra vez, que o passeio acabaria ali mesmo. Mas, depois de dar ignição umas três ou quatro vezes, finalmente o boxer voltou a roncar. É o tal “(mau) feitio” … Continuei a subir a montanha, a bom ritmo, com paisagens deslumbrantes e uma temperatura fantástica. Em Seia estavam 24º C ! O pitoresco e sempre muito florido centro da Cidade de Seia Vistas de cortar a respiração A GSA num dos seus ambientes predilectos: a montanha Mas, a partir daí é que começou o verdadeiro espectáculo, com a serra ainda salpicada de neve, fazendo-me lembrar, muitas vezes, que estava a circular nos Alpes. Uma paisagem de sonho. Pena a estrada até à Torre estar bastante danificada pelo rigoroso Inverno, cujos restos do manto branco cobriam ainda grandes superfícies da montanha. Tanto assim que vi ainda muita gente a esquiar. Esta foto podia ter sido captada nos Alpes ou na Noruega ! Mais uma paisagem fabulosa do cimo da Serra Torre à vista ! A foto da praxe, com a "menina" no cimo da Serra da Estrela Por momentos pensei que estava no Norte de Itália Olhem para ela toda vaidosa, de "peito feito" E as magníficas paisagens sucediam-se ... Depois da paragem obrigatória na Torre, para mais uma sessão fotográfica e esticar as pernas, retomei o passeio, agora em direcção à Covilhã, num ritmo bastante ligeiro, a curtir o fabuloso ziguezaguear da acentuada descida para aquela cidade. Ainda assim só falhei uma curva, algo que a GSA, para variar, mostrou um bom feitio, perdoando-me a falta ... A "deliciosa" descida para a Covilhã Chegado à Covilhã, eram já 14:30, sentei-me numa esplanada no centro da cidade para comer uma “sandocha” e enganar o estômago, sem antes ligar ao nosso Companheiro João Dias, que gentilmente me esperava na sua terra natal, a bonita e pacata Vila de Alcains. O merecido descanso da menina no centro da Covilhã, com os pneus bem arredondados ! Mas ao ligar a GSA, eis que a moto volta a mostrar o seu mau “feitio”, acendendo a luz de falta de óleo. Aflito, fui consultar o manual mas fiquei na mesma. Estavam indicados “só” 5 ou 6 qualidades diferentes de óleo do motor ! Acabei por não comprar nenhum e dirigir-me a Alcains na minha agora designada BMÓ (Bebe Muito Óleo), sem antes parar diversas vezes na estrada para admirar e fotografar a deslumbrante paisagem. Naquela zona há hectares de cerejeiras em flor que combrem montes e vales com um manto branco de rara beleza ! A caminho de Alcains, julguei estar de novo na Serra, tal era o manto branco de cerejeiras em flor Chegado a Alcains, voltei a telefonar ao João e, minutos depois, estava ele no centro da Vila onde tivemos o prazer de nos conhecermos pessoalmente. O João foi simpatiquíssimo comigo, e mantivemos uma amena e mui agradável cavaqueira em torno da nossa paixão comum, andar de moto que, para ele, passará brevemente a viajar de moto ! De regresso pela Serra da Gardunha Porque tinha de estar em Lisboa o mais tardar às 20:30, o João ainda deu-me gentilmente umas dicas sobre o roteiro mais rápido para o efeito. Mas, ao sair de Alcains, pelas 17:00, deparo-me com uma irresistível serra (julgo que a Serra da Gardunha), que depois de mais umas fantásticas curvas em excelente piso, num autêntico “corta-mato”, levaram-me até à Sertã. Foi só tempo de atestar de novo a GSA e regressar a Lisboa, agora pelo trajecto mais rápido, entrando na A23 em Abrantes, o que me permitiu chegar a Lisboa às 20:20, sem cometer (demasiados) excessos. Passadas cerca de 12 horas, 9 das quais aos comandos da BMÓ, terminava assim este memorável passeio à Serra da Estela, felizmente sem mais percalços. Apenas algumas dores nos “fundilhos”, por falta de calo e treinos, e umas botas Dainese com as solas bastante raspadas do asfalto. É que, na GSA, os “avisadores” são as botas … O passeio em números: A rota inicial, que tive de encurtecer para chegar a tempo a Lisboa O GPS não mente. Foram mesmo 743,7 kms num dia inesquecível ! Aqui o GPS está a mentir. Nunca dei 173 km/h ! Foram quase 9 horas montado na GSA ... [size=84]PS: Acabo de dar de beber à “menina” que chupou cerca de 75 cl de óleo. E dizem que as Yamaha é que gastam óleo ? Já tive 7 Yamaha, das quais 5 FJR’s, e nunca tive de repor o nível de óleo a nenhuma. E vivam as japonesas ! 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_________________ Pierre de Sousa Lima Web: http://pierre.inazores.comE-mail: pierre.lima@sapo.ptBMW K1600GTL ... bom filho à casa torna !
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