arlindo Escreveu:
Quem vai de cinquentinha tem menos probabilidades de ser roubado.
Não sei se te apercebes até que ponto o que dizes se pode alargar a um sentido mais lato...

Para além de uma cinquentinha ter um valor muito inferior a qualquer "motão" que por lá circule e assim despertar muito menos cobiça nos marroquinos menos bem intencionados (que nunca encontrei por lá), no pagamento de um alojamento ou numa compra, é muito mais fácil negociar os preços.

Quando algum malandrete marroquino se apercebia que eu era estrangeiro e me tentava cobrar um valor acima do normal (era fácil saber o que eram os preços de referência porque levava um guia Lonely Planet) eu mostrava-lhe a minha cinquentinha, com um ar de humor misturado com outro de ofendido ]
Nestes casos é até mais provável que os locais, preocupados, se colectem para dar uns trocados para ajudar o tipo que aparentemente se enganou num cruzamento e andará perdido á procura de voltar para casa:lol:[/quote]
Quando andei lá de cinquentinha os marroquinos não me pareceram mais preocupados comigo (também já lá andei de "motão").

Se alguma diferença notei foi na curiosidade por ver lá um gajo de fora (lá dentro andam muitas mobilettes, é normal, mas nunca encontrei ninguém de fora numa coisinha pequena) a viajar daquela maneira. Faziam-me perguntas sobre o país de onde vinha (alguns confundiram-me com um francês por ter uma matrícula amarela), sobre os pneus ("tubeless, tubeless?"), um polícia perguntou-me, a sorrir, quantos cc(s) tinha a moto, os condutores de alguns carros que passavam, agitavam efusivamente os braços e faziam o conhecido gesto de colocar o dedo na testa a chamar-me maluco.

Em M'Hamid, junto ao Erg Chegaga (muito perto da fronteira com a Argélia), o dono de um albergue onde fiquei, perguntou-me se eu lhe queria vender a moto.
Zé Paulo.