Pedro Caleja Escreveu:
Não seria dificil ser melhor que a Varadero, pois a mesma já está bastante desactualizada, e em termos de offroad nunca teve essa pretensão. Em parte porque a varadero coabitou durante os primeiros tempos com a AT (essa sim uma máquina). Devido ao sucesso da Varadero (na estrada) a Honda optou por descontinuar a AT não tendo lançado uma sucessora.
O mesmo se passou com a Yamaha mas com menos sucesso, pois a TDM 850 nunca poderia substituir a ST.
Mas os tempos eram outros e o público pedia outro tipo de motas.
Concordo inteiramente!
Pedro Caleja Escreveu:
Hoje em dia passa-se exactamento o oposto. Mesmo que boa parte do público nunca venha a dar a volta ao mundo as pessoas já não comem com tanta facilidade levarem com um produto que diz que é o "ultimate chalenge" para algo... quando nitidamente não cumpre.
No caso da ST é particularmente uma desilusão pelo facto de que depois de ter saido com a tenere esperava-se algo na mesma linha...
Aqui não concordo. Vamos a ver se me consigo explicar.
Primeiro, as disputas num determinado segmento de mercado devem ser sempre lidas à luz do comércio, sobretudo quando vai à briga uma enorme empresa como a Yamaha, com as suas múltiplas áreas de negócios. Quando a Yamaha projectou a sua ST tenho a certeza que não foi a pensar em gente que (pensa que) quer dar a volta ao mundo, ou que gosta de passar o fds a chafurdar na lama, mas sim a pensar no cliente típico
real que tem apetência (ou seja, que está disposto a gastar o seu dinheiro) por motos com este conceito e desta cilindrada, independentemente de este conceito servir ou não bem, determinado tipo de usos. Basta ler este e outros foruns e é fácil construir o perfil de uso do cliente típico que vai passar o cheque. Não tenho dúvidas que foi a BMW que muito contribuiu para criar este apetite por motos deste tipo e a missão da Yamaha com esta moto é tentar subtrair clientes a quem domina este mercado. É uma postura que tem uma forte linha directora comercial, não tenham dúvidas, e pouco importa à Yamaha fazer, por exemplo, uma moto com roda 19', por exemplo, para tristeza de "meia dúzia" de motociclistas que estavam na expectativa de um bicho para brincadeiras.
A questão da motivação da clientela para comprar uma moto deste tipo é uma questão muito interessante. Eu creio que pouco tem a ver realmente com o (verdadeiro)
ultimate challenge, embora, claro, haja alguns motociclistas a viajar com estes mamutes pelo mundo. Também tem pouco a ver com o uso em terrenos difíceis. Qualquer
globe trotter "verdasqueiro" sabe bem a vantagem que há em viajar com motos bem mais leves, quando se trata de verdadeira aventura. É da
imagem (que passa nas campanhas publicitárias) que este segmento de mercado verdadeiramente se alimenta e é no cliente típico real destas motos que a Yamaha pensou com certeza ao projectar a bicha.
Não é fácil conquistar este mercado, os clientes BMW que estão em maioria neste segmento, são fiéis e a marca é prestigiada e tem uma imagem muito forte. Onde é que as outras marcas podem melhorar? Talvez nas brechas abertas pela BMW - controle de qualidade com alguns deslizes em alguns modelos e anos, fruto de muita procura, como a marca admitiu publicamente - fazendo um produto sem falhas. Também em fazer uma boa máquina de cariz mais desportivo que ainda não existe, para clientes que apreciem e isso a Yamaha sabe fazer muito bem. E se conseguir fazer passar uma imagem de "King of the World", de quilos de testosterona do dono, bem cobiçada por muitos motociclistas, só aí pode ter metade do sucesso comercial que ambiciona.
A ver vamos, para já ainda nenhum de nós lhe pôs o rabinho em cima!
A mim, francamente não decepciona porque não tinha expectativas. Com estas cilindradas, que se tornaram uma moda, e com os requisitos de conforto a que a marca dominadora habituou os clientes, em maioria aqui no fórum, não estou a ver como se faz uma moto muito mais ágil!
Zé Paulo.
Ligue-se
Registe-se
FAQ
