Leonel Silva Escreveu:
Fiquei a magicar porque se faria um "downgrade" a uma máquina na intenção de a tornar infalível. Claro que se reduzem as hipótese mas não se consegue.
Se não te importas e aproveitando o imenso trabalho de pesquisa e filtragem que fizeste e que te levou a adquirir a 1100, diz-me lá meia dúzia de argumentos que me podem levar a mudar de opinião e não eleger a 1200 ADV de 2010 como a melhor opção para viajar sem limites a dois...
Este ponto que vou referir agora é a meu ver o mais importante:
Uma mota deve-se comprar por paixão, podem bater-me, mas é o meu ponto de vista.
Se gosta da 1200GSA não tenha medo de a comprar.
Eu comprei a 1100GS por dois motivos, por paixão e por razões económicas.
Foi a mota que sempre quiz e não descansei enquanto não a comprei e assim como assim não tinha dinheiro para comprar outra, por isso juntou-se o útil ao agradável.
Se aconselho alguém a comprar uma 1100GS ou 1150? Depende do fim a que se destina, mas estas duas cumprem tão bem como a 1200 por um valor muito mais baixo e ainda assim com mais fiabilidade.
Temos de recordar que os problemas que as 1100 apresentam, como os sensor hall, ou o surging, na maior parte das vezes limitam-se ao desgaste por uso e má afinação da mota.
Na realidade, mesmo o sensor hall pode ser reparado por pouco dinheiro, o problema é que não é fácil arranjar técnicos para o fazer.
Ainda hoje substitui um relé dos piscas da minha mota porque não encontrei em Portimão quem me arranjá-se os circuitos do avariado.
A 1100GS tem imensos pontos fortes, nomeadamente no que diz respeito a beber gasolina de má qualidade (vai até às 72 octanas se não estou em erro). Comparativamente com a 1200 GS consome muito mais combústivel (cerca de 1 lt mais).
O outro ponto forte é a pouca electrónica e facilidade de manutenção
O maior problema de ter motas carregadas de electrónica são os custos de manutenção, actuais, e mais importante, os futuros, quando o modelo deixar de ser fabricado. E são também os problemas de ficarmos apeados numa viagem para o qual temos um timing restrito.
Esta idéia de fazer um downgrading de uma 1100GS a nível de centralina tem apenas a ver com um objectivo.
Eu pretendo manter a 1100GS durante umas dezenas de anos, logo pretendo colocá-la num ponto em que não estarei dependente de componentes que por desgaste natural atingam o seu ponto de vida máximo e depois fico apeado.
Se, e quando, eventualmente tiver tempo e dinheiro para uma volta ao mundo também estarei muito menos preocupado que alguma coisa corra mal.
A mim a diferença de potência da 1100 para a 1200 é-me completamente indiferente. Afinal 99.9% das minhas viagens é feita a uma velocidade inferior a 110km/h e se for necessário a 1100 consegue atingir os 185 Km/h.
Portanto não necessito da potência extra.
A minha mota, tal como está, com todos os extras e com duas mega-revisões, está-me neste momento em pouco menos de 5.000 Euros.
Em termos de alterações futuras apenas antevejo a mudança para carburadores, para roda 21" à frente e mudança para a ignição de um airhead. Estou a falar no máximo em 750 Euros.
Também não me importaria de colocar uns ohlins...
Mas isto de alterar algumas coisas da mota também tem a ver com o gosto pessoal e o gozo de o fazer e ter uma mota única.
Se a intenção ao comprar uma 1200GSA é comprar uma mota que dure uns anos e trocá-la posteriormente por outro modelo, não vejo grandes problemas. Se a intenção é mantê-la... eu ia para outra mota.
E é claro que em termos financeiros também faz muita diferença... o que se pode fazer com mais de 10.000 Euros que se poupam.
Mas provavelmente a mota mais indicada para uma viagem a dois usando AE e estradas alcatroadas é muito provavelmente uma 1150GSA. Tem um tanque maior que o de origem da 1100 e 1150 GS e tem uma sexta-velocidade que permite que seja mais económica. A 1150 GSA quando saiu julgo também que já teria 2 velas por cilindro. Consegue-se comprar uma, eventualmente com poucos km por 8.000€. Se for a Inglaterra consegue uma por 5.000€ nas mesmas condições.